Salários na construção: como fazer a composição de custos salariais

A adequada administração dos custos com salários na construção é um elemento essencial para o êxito de qualquer empreendimento. O correto controle e acompanhamento desses custos desempenha um papel crucial em todas as fases, desde o planejamento até a conclusão da obra. Logo, tem impacto direto na sustentabilidade financeira, na competitividade e na eficácia dos projetos de construção.

A própria viabilidade financeira dos empreendimentos depende do trabalho realizado na frente de gestão de salários das construtoras. Isso implica em uma minuciosa análise de todos os gastos envolvidos, incluindo materiais, mão de obra, despesas indiretas e administrativas.

Esse processo permite determinar se o projeto pode ser realizado dentro do orçamento estipulado e se alcançará o retorno financeiro esperado. Além disso, a gestão de custos e dos salários na construção auxilia na prevenção de estouros orçamentários, um problema comum na construção que pode resultar em atrasos e paralisações.

Investir em gestão financeira, administração de salários e composição de custos melhora a competitividade das empresas que atuam no mercado da construção. Empresas capazes de oferecer preços competitivos têm uma vantagem significativa. Por meio da otimização de processos, redução de desperdícios e alocação eficiente de recursos, a gestão de custos possibilita que as empresas sejam mais competitivas, conquistando mais contratos e consolidando sua posição no mercado.

Gestão financeira como vantagem competitiva

A capacidade de tomar decisões inteligentes é um terceiro aspecto crucial da gestão de salários na construção. Ela fornece informações valiosas que orientam as decisões em todas as fases do projeto, desde o planejamento inicial até a execução. Isso inclui a definição de prioridades, a alocação eficiente de recursos e a seleção dos materiais e métodos de construção mais adequados. Com dados sólidos sobre custos, as decisões tornam-se mais embasadas e menos propensas a erros.

Além disso, a gestão de custos e salários contribui para o cumprimento de prazos. Atrasos em projetos de construção frequentemente têm suas raízes em problemas financeiros. Ao garantir que os recursos necessários estejam disponíveis no momento certo, a gestão reduz a probabilidade de atrasos e ajuda a garantir que o projeto seja concluído dentro do prazo estipulado.

Por outro lado, deixar de considerar a gestão financeira é arriscar a viabilidade de um projeto e sua competitividade no mercado. Portanto, investir tempo e recursos na gestão de salários na construção e custos é imperativo para todos os profissionais e empresas da indústria da construção civil.

Vamos falar agora sobre os principais componentes dos custos com mão de obra na construção.

Custos com mão de obra

Ao discutir o custo da mão de obra na construção civil, precisamos atentar, em especial, para quais são os  elementos-chave que fazem parte da composição deste item nos projetos de engenharia.

Isso porque sabemos que a mão de obra tem um papel central e quase insubstituível para a realização bem-sucedida de qualquer empreendimento de construção. Logo, é de se esperar que os seus custos sejam determinantes para o orçamento geral.

Dentre os principais elementos que compõem o custo da mão de obra na construção estão:

  • Benefícios e Salários na construção
  • Encargos sociais e trabalhistas
  • Custos indiretos
  • Aspectos regionais e sazonalidade
  • Índices de desempenho e produtividade

Vamos falar um pouco mais detalhadamente sobre cada um desses aspectos.

Benefícios e Salários na construção

Dentre todos os itens envolvidos no custo total com mão de obra na construção, o salário dos trabalhadores de obra está, sem dúvidas, dentre os mais importantes.

Nesse aspecto, estamos falando dos salários básicos de operários, pedreiros, carpinteiros, eletricistas, encanadores e demais profissionais envolvidos na construção.

Da mesma forma, temos que considerar, para cada um desses profissionais, os respectivos benefícios associados às suas remunerações. Dentre esses, estão itens como seguro saúde, seguro de vida e contribuições previdenciárias, que também compõem os custos associados à mão de obra.

Encargos sociais e trabalhistas

Diretamente relacionados aos salários na construção civil estão os respectivos encargos sociais e trabalhistas. Embora estes itens sejam variáveis conforme a legislação local de onde está a obra e os acordos sindicais com cada categoria profissional, é certo que precisam ser considerados na composição de custos e salários de qualquer obra.

No rol de custos incidentes dentro desta categoria estão:

  • Contribuições para o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço);
  • INSS;
  • Horas-extra;
  • Dissídios;
  • Demais encargos trabalhistas.

Custos indiretos

Aqui são relacionadas aquelas despesas que têm relação com a gestão da mão de obra desde o recrutamento até a rescisão, passando por toda a jornada do trabalhador junto à empresa.

Dentre os custos que podem incidir nesse item estão, além dos salários na construção, treinamentos, uniformes e EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), ferramentas e equipamentos utilizados no dia a dia de trabalho, dentre outros.

Os custos indiretos relacionados à supervisão e coordenação das equipes de trabalho, como o salário de supervisores e gerentes, também fazem parte dos custos indiretos.

Aspectos regionais e sazonalidade

Principalmente em um país com as dimensões continentais do Brasil, as diferenças regionais são bastante relevantes, inclusive nos salários na construção praticados para diferentes categorias profissionais. Assim, as composições de custos salariais de um Estado não se aplicam para os demais.

Há questões a serem consideradas, como acordos coletivos regionais e até a maior ou menor disponibilidade de pessoas para ocupar as posições ofertadas nos canteiros de obra.

Além disso, o volume de atividade na construção civil é heterogêneo. Ao mesmo tempo em que uma região está a pleno vapor, pode haver outras com canteiros parados. Como resultado, algumas regiões podem estar sofrendo com escassez de mão de obra enquanto outras têm mais facilidade para contratar. Tudo isso impacta nos custos com mão de obra na construção.

Demais obrigações legais

Há uma série de obrigações legais que contratantes precisam cumprir para se manter em dia com os órgãos públicos. É o caso, por exemplo, de itens como CAGED, GPS, GFIP, GRRF, IRRF, RAIS, DIRF e Contribuições Sindicais. Como as obrigações variam de acordo com o tipo de serviço e empresa, o ideal é consultar caso a caso o que precisa ser entregue para o Governo.

Índices de desempenho e produtividade

Trabalhadores mais experientes e rápidos possivelmente custam mais. Por outro lado, entregam mais rápido. Essas variações impactam diretamente os custos com salários na construção.

Por isso, é imprescindível contar com gestão eficiente da mão de obra, planejamento adequado e minimização de desperdícios, sempre com foco em otimizar custos de mão de obra.

Podemos ver que fazer a gestão de salários na construção não é simples. São muitos detalhes e deixar qualquer um deles de lado pode trazer consequências muito custosas para a empresa. É necessário que o gestor faça uma análise detalhada desses fatores para contar com estimativas de custo mais precisas.

Vamos olhar agora para as diferentes formas de calcular o custo de mão de obra na construção.

Como calcular o custo da mão de obra na construção

Há maneiras diferentes de calcular o custo de mão de obra para construção. A escolha vai impactar o tipo de contratação a ser feito. Nem sempre há vantagens ou desvantagens óbvias e a escolha pode estar mais relacionada às preferências da empresa contratante ou até mesmo das condições específicas do empreendimento.

De qualquer forma, é imprescindível atentar para cada possibilidade para ter consciência sobre os impactos no custo global do projeto.

O tipo de serviço e a especialidade dos operários, além de aspectos regionais e de sazonalidade, impactam fortemente a composição dos salários na construção

Os três tipos de contratação, com diferentes tipos de salários na construção, são:

  • Custo por serviço
  • Custo por metro quadrado
  • Custo por diária de mão de obra

Custo por serviço

Nesta modalidade, o custo com mão de obra é definido a partir do serviço a ser entregue pela equipe. Ou seja, os trabalhadores são contratados com base no pacote de trabalho completo.

No caso de um serviço de pintura, por exemplo, é comum os empreiteiros passarem para a construtora o custo final do serviço, já com a mão de obra e os materiais inclusos. 

Custo por metro quadrado

No caso do custo por metro quadrado, a contratação – e os custos – são definidos pela área a ser coberta pelo serviço. No mesmo exemplo anterior, a remuneração dos profissionais seria determinada pelo tamanho da superfície a ser pintada.

Custo por mão de obra diário

Indicada para situações em que é complexo determinar quanto tempo o serviço vai durar, essa forma de calcular remunera de acordo com os dias de trabalho. Traz flexibilidade à contratação, com possibilidade de ajustes conforme o andamento da obra e as necessidades do projeto.

Composição de custos na construção civil

A composição dos custos salariais é parte dos custos globais de uma construtora. Logo, está inserida na rotina de elaboração dos custos totais. As principais etapas da composição de custos de obra são:

  1. Descrição dos serviços da composição: para considerar corretamente todos os custos é importante saber quais itens precisam ser considerados. A atenção nessa etapa reduz a incidência de erros ao longo do processo;
  2. Listagem dos insumos: cada um dos serviços descritos na etapa anterior consome insumos específicos e em quantidades determinadas. Logo, a segunda etapa é descrever quais são esses insumos. Para isso, é interessante separar em três categorias: materiais, equipamentos e mão de obra;
  3. Pesquisa de custos de insumos: sabendo tudo o que será necessário, é hora de fazer as respectivas cotações junto a fornecedores. A tabela Sinapi pode ser de grande auxílio nessa fase para ter parâmetros sobre os valores. De qualquer maneira, você não vai escapar de fazer o levantamento do preço das latas de tintas e demais materiais de construção, locação ou compra de máquinas e equipamentos e também os custos da mão de obra, que incluem salários, encargos e taxas associadas às documentações.
  4. Identificar o consumo dos insumos: conhecendo os preços unitários, chega o momento de determinar o custo total com cada insumo. Para isso, será necessário calcular rendimentos dos materiais e quantidades de horas a serem trabalhadas;
  5. Calcule os índices: com os custos e o volume de trabalho em mãos, fica fácil calcular o índice de mão de obra. Este será o resultado da multiplicação entre os dois elementos. Ou seja, Quantidade de serviço x Tempo de execução = índice da mão de obra.
  6. Calcule o custo total do serviço: como para materiais o custo final não está relacionado ao tempo de execução, é possível calcular o custo total de cada serviço. Ou seja, multiplicar Índice de mão de obra x Custo Unitário dos materiais.

Claro que este é apenas um resumo de como calcular salários na construção e composição de custos de obra. Esperamos que sirva de guia inicial para tornar seus orçamentos cada vez mais precisos e seus projetos mais lucrativos.

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