Gestão da Mão de Obra como motor de Produtividade do canteiro

A construção civil brasileira vive um paradoxo. Apesar de ser um dos setores mais importantes para a economia, representando 5,8% do PIB e gerando 16% das novas vagas de emprego no país, enfrenta um problema silencioso, mas devastador: a crise na gestão da mão de obra. A escassez de profissionais qualificados é tão grave que mais de 90% das empresas relatam dificuldades para encontrar talentos, e a produtividade tem despencado, causando perdas financeiras e de competitividade.

O que as construtoras não podem mais ignorar é que a solução não está apenas em novas tecnologias, mas na forma como elas se relacionam com as pessoas. A gestão da mão de obra deixou de ser uma tarefa do RH e se transformou em um pilar estratégico para a sustentabilidade do negócio.


Os Sintomas da Crise de Gestão de Mão de Obra: Por que a Produtividade Real é Tão Baixa?

Uma das falas mais impactantes entre os especialistas aponta que a produtividade na construção civil vem caindo. Muitas construtoras trabalham com um abismo de 35% entre a produtividade que poderiam alcançar (a “potencial”) e o que de fato produzem no dia a dia (a “cumulativa”).

Essa perda de 35% não é um acaso. Ela é resultado de uma série de “anormalidades” que se tornaram comuns nos canteiros, como:

  • Falta de material
  • Problemas com o transporte
  • Falta de uma frente de trabalho organizada

Tudo isso, no fim das contas, se resume a uma única causa: a falta de organização. É um problema de gestão que se repete em todos os níveis, do planejamento à execução, e que gera custos extras e retrabalhos.

Além disso, a forma como a produtividade é medida hoje é falha. Um estudo com 16 grandes construtoras de São Paulo mostrou uma variação extrema: empresas gastavam entre 6 e 19 homem-hora para produzir a mesma estrutura de concreto. Essa diferença não se devia à qualidade dos trabalhadores, mas a uma falta de planejamento estratégico que não considerava a dificuldade real de cada obra, do produto ao processo e à organização do trabalho.


Um Modelo de Gestão Ultrapassado: O “Comando e Controle”

A raiz de muitos desses problemas está no modelo de gestão conhecido como “comando e controle”, que trata o trabalhador como um mero executor, pago para “fazer” e não para “pensar”.

Esse modelo é, na definição dos especialistas, “castrador”. Ele gera um ambiente de trabalho pautado pelo microgerenciamento e por uma pressão desmedida que “estraga o rolê todo”. O resultado é uma mão de obra que se sente desmoralizada, não ouvida e que, com o tempo, busca oportunidades em outros setores, contribuindo para a falta de talentos.

Para piorar, a complexidade da Reforma Tributária e a reoneração da folha de pagamento tornam o cenário ainda mais desafiador. A falta de clareza nas novas regras pode aumentar o custo da construção e até incentivar a importação de componentes, o que, ironicamente, poderia substituir empregos gerados no setor. Nesse contexto, a gestão da mão de obra precisa ser um escudo contra as incertezas externas e um motor de eficiência interna.


A Revolução da Produtividade: Novas Estratégias e Tecnologias

Para sobreviver e prosperar, o setor precisa se reinventar. O primeiro passo é o da organização, mas a revolução de verdade está na industrialização e em métodos mais inteligentes de gestão.

1. A Força da Industrialização: O futuro do setor passa pela adoção de tecnologias que automatizam processos, especializam a mão de obra e reduzem o tempo da construção.

  • Mecanização e Pré-fabricação: A mecanização de tarefas pesadas não só aumenta a produtividade, mas também a segurança e a ergonomia no trabalho. Isso torna a profissão mais atrativa e inclusiva, permitindo que a indústria atraia profissionais mais velhos e mulheres.
  • Sistemas pré-montados: Soluções como painéis de Drywall que chegam à obra já montados com kits hidráulicos, ou até mesmo banheiros prontos, eliminam etapas e otimizam o tempo no canteiro, antecipando o faturamento em mais de 30 dias.

2. A Revolução dos Métodos Ágeis: Empreendimentos de grande porte têm adotado a gestão ágil para romper com o modelo de “comando e controle”. A ideia é criar um ecossistema colaborativo onde as equipes são organizadas em “tribos” e “squads” com donos de área, incentivando a participação e a inteligência de todos os envolvidos. Essa abordagem não é uma utopia; já foi comprovada em projetos bilionários.

3. Valorização e Retenção de Talentos: A gestão da mão de obra eficiente vai além do canteiro. Ela se constrói com:

  • Comunicação aberta: O “Café com Gestor” é um exemplo simples, mas poderoso, de como um diálogo transparente pode gerar insights valiosos.
  • Capacitação: O setor carece de capacitação para qualificar o grande número de trabalhadores. Investir em treinamentos contínuos e planos de carreira não só melhora a performance técnica, mas aumenta a retenção e o engajamento.
  • Ambiente de trabalho: Oferecer melhores condições de trabalho, salários competitivos e uma cultura inclusiva é essencial para atrair e manter talentos. Afinal, um ambiente de trabalho seguro reflete o respeito da empresa pelos colaboradores.

O Futuro da Construção está em Suas Mãos

O setor está em um ponto de virada. Ignorar a nova dinâmica da gestão da mão de obra significa perder prazos, margem de lucro e mercado. O futuro da construção civil é mais digital, industrializado e, acima de tudo, humano.

Quer liderar essa transformação?

Participe da Imersão em Gestão da Mão de Obra, um programa executivo presencial em São Paulo, nos dias 28 e 29 de outubro. Este é o seu momento de se reconectar com o que há de mais moderno na gestão de pessoas, processos e tecnologia.

  • Conteúdo prático: Uma maratona de aprendizado com mais de 10 horas de palestras, painéis e mentorias para levar o conhecimento do macro ao micro, com soluções aplicáveis no canteiro.
  • Cases de sucesso: Aprenda com a experiência de empresas que superaram os desafios.
  • Networking: Conecte-se com líderes e decisores do setor.
  • Visita técnica: O ponto alto do evento, que permite ver a aplicação real dos conceitos em uma obra de alto desempenho.

Programação da Imersão em Gestão da Mão de Obra vai abordar desde aspectos macro até cases

Bloco 1: O Mercado de Trabalho na Construção Civil

  • Felipe Boaventura (SindusCon-BH): Falará sobre o panorama macroeconômico, histórico e setorial da mão de obra no Brasil.
  • Rodrigo Dias (VBD Advogados): Discutirá como a Reforma Tributária impactará a gestão e os custos da mão de obra terceirizada.
  • Ramalho da Construção (Sintracon-SP): Participará de um painel para debater a gestão da força de trabalho e sua relação com a competitividade das empresas.

Bloco 2: Gestão de Mão de Obra e os Impactos no Negócio

Alessandra Silva, Gerente de Custos e Planejamento da Conx Construtora
  • Lilian Assunção (Movas), Camila Pimenta (Senai) e Amanda Brito Orleans (Inclusi): Participarão de um painel sobre os aspectos culturais na atração e retenção de talentos e como estabelecer uma relação de troca para valorização dos trabalhadores.
  • Alessandra Silva (Conx): Apresentará como a padronização e automação na gestão da mão de obra podem antecipar o faturamento da obra em mais de 30 dias.
  • Leonardo Lima (Konstroi): Falará sobre a gestão de mão de obra própria na prática e o uso da tecnologia a serviço do canteiro.

Bloco 3: Engenharia e Tecnologia para a Produtividade

  • André Quinderé (Agilean): Abordará o Método Lean de gestão de mão de obra.
  • Ubiraci Espinelli (Produtime): Falará sobre a inteligência pré-obra e como o planejamento logístico pode aumentar a produtividade em pelo menos 30%.
  • Renato Mauro Filho (REM Construtora), Danilo Lorenceto (Lozza Incorporadora) e Alexandre Hiroaki Takara (Saint-Gobain): Participarão de um painel sobre como a mecanização, a pré-fabricação e outras soluções técnicas podem melhorar a produtividade e reduzir a dependência de mão de obra.

Bloco 4: Cases Práticos

  • Maria Lucia Dubeux (Moura Dubeux): Apresentará os impactos da qualificação da mão de obra nos resultados estratégicos da empresa.
  • Wesley Feu (Instituto Engenheiro Joaquim Correia): Falará sobre como o trabalho em rede é a virada de chave para superar a escassez de mão de obra.
  • Luiz Henrique Ceotto (Urbic): Apresentará um estudo de caso sobre a industrialização radical e a engenharia ágil para reduzir a dependência de mão de obra.
  • Mentoria Coletiva: Com a participação de Luiz Henrique Ceotto e Wesley Feu, os participantes terão uma sessão de mentoria para tirar dúvidas e aprofundar o aprendizado.

Não deixe sua construtora para trás. A gestão da mão de obra é o seu maior ativo. Invista nela para garantir que seu negócio seja mais produtivo, lucrativo e preparado para o futuro.

Visite o site da Imersão em Gestão de Mão de Obra para saber mais!

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Eles podem ser baixados gratuitamente nos seguintes links:

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